Aviação: Autarca preocupado com viabilidade do aeroporto de Beja, após alegada desistência da TAP
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Beja, 05 Nov (Lusa) - O presidente do município de Beja mostrou-se hoje preocupado com a viabilidade do aeroporto da cidade, após a TAP ter, alegadamente, desistido de transferir a sua unidade de manutenção e engenharia para a infra-estrutura aeroportuária alentejana.
"Temo pela viabilidade do aeroporto de Beja, se as oficinas de manutenção de aeronaves da TAP não vierem efectivamente para Beja", disse Francisco Santos, em declarações à agência Lusa.
O autarca afirmou ter "informações de que a TAP já decidiu não transferir para Beja a sua unidade de manutenção e engenharia".
A confirmar-se a decisão, "será um grande revês na viabilidade do aeroporto", vaticinou Francisco Santos, frisando que, "de momento, não há outro projecto consistente e capaz de viabilizar o aeroporto".
O autarca defendeu ainda que, "se o Governo quer que o aeroporto de Beja seja um sucesso, vai ter que pressionar a TAP para inverter a decisão".
A TAP estava a estudar a hipótese de transferir para o aeroporto de Beja a sua unidade de negócio de manutenção e engenharia, instalada no aeroporto da Portela, em Lisboa.
Esta era uma das hipóteses apontadas pela transportadora aérea nacional para "resolver a situação de estrangulamento de hangares e posições para fazer manutenção de aviões" com que se debate em Lisboa, segundo explicou em Maio, ao semanário Expresso, o vice-presidente executivo da TAP, Jorge Sobral.
"O crescimento da frota da transportadora aérea nacional - com mais 14 aviões no espaço de dois anos - já forçou a empresa a recusar propostas para a manutenção de 75 aviões para terceiros, só em 2006", revelou Jorge Sobral.
A possível mudança, num investimento de cerca de 100 milhões de euros, levaria à transferência para Beja de todos os serviços de engenharia e de um total de mil trabalhadores efectivos, além da criação de 400 postos de trabalhos a recrutar localmente.
O presidente da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, José Queirós, explicou em Maio à Lusa que a TAP, que "não pode esperar pela construção do novo aeroporto de Lisboa", estava a "estudar a hipótese de expandir a unidade de manutenção e engenharia da Portela, criando uma unidade em Beja".
A unidade do aeroporto alentejano, explicou José Queirós, iria "permitir aumentar a capacidade da Portela" e poderia "significar também a deslocalização progressiva dos serviços de manutenção da TAP para Beja".
Segundo José Queirós, a TAP previa criar, no aeroporto de Beja, doze posições para a manutenção de aviões, quatro para aviões de grande porte com dois corredores ("wide-bodies") e oito para aviões mais pequenos com um só corredor ("narrow-bodies").
LL.
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